terça-feira, 22 de abril de 2008

Eles não falam e não escutam, mas o coração SIM!


Pensar uma leitura para surdos e mudos hoje em dia já é pensar numa leitura mais dinâmica, reflexiva e senao também pretenciosa! Desta forma, vamos pensar uma leitura mais apurada, desejável a fim de tornar esses leitores tão especiais em poetas do silêncio. Em entrevista com Rômulo Felipe dos Santos 18 anos que, é mudo, diz que a hábito da leitura vem desde pequeno. Sua mãe – Sandra Cristina dos Santos para amenizar a hiper-atividade do garoto, o colocava dentro do quarto de castigo por causa de alguma bagunça, e, para passar o tempo, ele lia seus livros, gibis e outras revistas de games que ela praticamente o obrigava. “Eu era muito bagunceiro então minha mãe me colocava de castigo e dizia que ja que nao tinha nada para fazer, era pra ler livros!”, diz aos risos o estudante. Durante a entrevista com o jovem mudo, descobrimos não é só habito de ler por ler, e sim discutir sobre o livro proposto, fazer criticas acerca de uma série de valores que eles próprios julgam como verdade. Segundo o estudante, ele e seu grupo de amigos têm o hábito de se reunirem com outros estudantes também mudos e surdos. E o interessante de tudo isso é a interação entre eles. Certa vez ele disse que estava apaixonado pela garotinha da sua turma e queria impressioná-la com algum poema então ele pediu ajuda a seu amigo Antonio que é mudo. Segundo Rômulo, Antonio é praticamente um poeta, que escreveu para ele o seguinte. “Já li você por inteiro com os olhos, agora quero lê-la ao som da mais bela canção de amor” (Antonio, 2002). Assim, ele mandou a frase para a garota e conseguiu conquistá-la! De acordo com Rômulo, seu grupo de amigos adora ler, ele acredita que a leitura fomenta a criatividade a aumenta o amor próprio. A mãe do adolescente diz que o incentivou a ler e que esse hábito adquirido vem de sua avó materna que lia sobre tudo. De acordo com a psicóloga Maria Alice Damasceno é fundamental o papel dos pais no incentivo a leitura, é muito importante para o desenvolvimento da criança que, futuramente será recompensada em seu contexto social, cultural e psicológico. ”Desde a mais tenra idade os pais devem levar a criança a brincar com livros. Depois de uma certa idade não adianta querer que a pessoa goste da leitura de autores mais prolixos, pois ela não foi acostumada com a leitura", diz.

Rômulo diz que uma vez ou outra arrisca em alguns poemas. Ele adora Machado de Assim e Paulo Coelho. “Gosto de ler também revista de automóveis e auto-ajuda e outas revistas infantis”, afirma o estudante. Ler é uma forma de adquirir conhecimento, enriquecer cultura e acima de tudo moldar nossos valores: éticos, morais e sociais. Eles têm boca que não fala e ouvidos que não percebem o mundo, mas, eles têm predisposição para conhecer o mundo sob outra perspectiva.



Entrevista com a psicóloga Maria Alice Damasceno

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Hora certa!


Em palestra na última quinta feira, o jornalista Domingues Meireles fala sobre sua trajetória jornalística. Meireles não se formou em jornalismo e aos 22 anos foi trabalhar no jornal A Última Hora. Após um ano e quatro meses de profissão foi trabalhar na Editora Abril e duas matérias de repercussão que ele fez – de acordo com ele, foi convidado a trabalhar na Revista Realidade, um veículo conceituado na época e com grandes profissionais. “Eu não me julgava qualificado e nem merecedor da Revista Realidade, mas eu tive sorte” afirmou o jornalista.

Provido de talento, Meireles estava na hora certa e no local certo! Já aos 65 anos, o jornalista Domingos Meireles publicou dois livros: “A noite das grandes fogueiras” e “1930: Os Órfãos da revolução”, e, obteve experiências profissionais nos maiores veículos de comunicação (atualmente trabalha no programa da TV Globo – Linha Direta, em que é o apresentador de matérias de jornalismo investigativo. O programa ganhou um prêmio e Nova York e Meireles foi pessoalmente recebê-lo.

A entrada dele na TV foi muito engraçada porque segundo o próprio jornalista, não têm biótipo para trabalhar em TV. Questionou isso a Armando Nogueira que o interpelou dizendo que estava à busca de experiência. A principio, Meireles foi mal recebido pelos colegas de redação da Globo. Estreou no Jornal Nacional e em seguida vai trabalhar no Fantástico que obteve melhor receptividade pelos colegas.

Hora certa, pode-se dizer que sim e Meireles contou com a sorte que lhe sorriu naquela época. E quanto a nós futuros jornalistas? Sabemos da nossa hora certa, mas quanto a ser jornalistas de verdade? Será que teremos que contar com o fator sorte? Não é o suficiente para nossa época... é preciso ter talento, competência e contar com velha fatia do bolo!! O famoso jeitinho brasileiro!

segunda-feira, 7 de abril de 2008