
Decidida, vai fazer seu projeto de conclusão de curso com base no jornalismo investigativo e policial, “meu objeto de pesquisa será formulado em função do jornalismo investigativo pelo fato de eu ter estagiado como apuradora de matérias policiais”, diz eufórica. A principio ela queria trabalhar em seu projeto de conclusão de curso com base na ética no jornalismo na questão da câmera escondida. “Quero poder entender até onde é ético entrar num local com uma falsa identificação e descobrir coisas ilícitas para informar ao publico”, afirma. Ela quer compreender até onde é ético essa postura profissional e a importância de informar e alertar a população sobre o que esta acontecendo.
Mas Letícia tem vontade de analisar como o gênero (investigativo) ganhou força e de que maneira se transformou no que conhecemos hoje. “O fim da censura oficial valoriza o debate ideológico, isso reflete também na cobertura policial?” questiona copiosamente. A estudante vai focar seu projeto de conclusão de curso dentro do período de abertura política no Brasil, entre 1975 a 1986, o repórter passa a atuar como investigador policial e dar atenção política às coberturas policiais. “Minha pesquisa pretende analisar a nova configuração que a imprensa assume no período de abertura política do governo Geisel e o fortalecimento da reportagem investigativa” diz. Deste modo, ela vai produzir um texto científico sobre o gênero investigativo de reportagem no Brasil.
Com isso, ela vai pesquisar durante o período de ditadura militar, as matérias de cobertura policial que são marcadas por um esvaziamento do debate político, reflexo da censura e a distensão política marca uma nova fase no jornalismo. A partir de 1975, no governo de Ernesto Geisel, e a abertura lenta, gradual e segura reflete também na imprensa. O AI-5 foi revogado em dezembro de 1975, os censores se retiraram das redações a partir de janeiro desse mesmo ano. Neste período o jornalista começa a atuar como investigador dos casos policiais e não apenas relatando os fatos. “O jornalista começa a assumir o papel fiscalizador” diz.
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